quarta-feira, 28 de março de 2007

passos


tantos dias passados
passos dados, sentidos
de momentos partilhados
corações sincronizados
na mesma frequência
eloquência inata
quando a alma está grata
por vivermos em grupo
um apupo ao sistema
que coordena capitais
nada trás de novo
aos ideais do povo,
paz amor e magia
contra a guerra sombria
lutamos, sobrevivemos
também amor partilhamos

sexta-feira, 23 de março de 2007

inspiração antiga


Acorda lá, poeta da hipocondria e rói a corda. Se não és profeta, és tristeza, não melodia. Senta-te à mesa e sái da borda do precipício. A magia foi convidada, e a imaginação, pra um fumício privado, qualquer dia. Se não acordas não estás preparado, sem energia destes aromas, até sem corda és enforcado, pela angústia e esses comas sociais. Pela a agonia provocada pelo silêncio e tudo mais. E a essência aromática da paz imaginativa é mais uma vez desperdiçada, sem paciência, pela apática narrativa!

2002

existência


Só quero continuar a fazer o que me apetece, derivando neste mar que o destino tece.
A temática acrobática desta vida que é um circo, envolta numa problemática para a qual eu já não sirvo. A confusão apoderou-se da frágil identidade sem um dogma nem cultura, à procura da verdade procurando a existência. Seremos todos palhaços ou a vida é uma coincidência?
Sou um surfista do destino, apanho ondas sucessivas, esperando a ideal que traçará o meu caminho.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Primavera


Dia Mundial da poesia, o céu que brilha.
A Terra, tudo ilumina, novas cores que veste,
investe no sorriso das plantas, outro vigor,
amor espalham com a nova estação,
aves que voltam pra passar o verão
e o velho Mundo vê novo ciclo nascer.

terça-feira, 20 de março de 2007

programados


...tantos avanços em motivos programados, cresci, cortei caminho, passos dados em falso em um ou outro percalço, programado ou não, abençoado pela vida, limitado ao que faço enquanto sonho uma saída, porque nada é vão. Gestos dou de bom grado a um e outro irmão que se acumulam na familia, quando é pouca a mobília volta o materialismo, que egoísmo! Todo este individualismo padece da informação, enquanto novos brinquedos iludem como a religião, gananciosos ascendem ao poder, os bolsos mudam de dono e continuam a encher. Quem paga? O tolo, pobre do povo que acredita em panaceias, enquanto o mal, embalado, vai corrompendo as aldeias, pessoas alheias ao facto de que grande parte do desacato é provocado por objectos. Ouro, prata e diamantes que despoletam a cobiça de tantos espertos e ignorantes. As verdadeiras doutrinas não são assim programadas, fertilizadas na alma dão valor à Natureza, mãe de todos os deuses, põe-nos comer na mesa que antes não era embalado, directo da terra para a panela e não de supermercados como hoje em dia. Absorvo melancolia quando penso no futuro, a nossa aldeia global já mais parece a grande fábrica, no escuro medito, a população está programada, tudo é feito em série e passam a ideia errada. O sistema constrói aqui pra destruir mais alem, no meio da transformação, programam quem de novo vem. Nascem, logo se adaptam e relançam ideias, as que têm surgido são um fiasco, provocam buracos no ozono e derretem gelo no alasca. Nesta tasca, acredito em tanta treta que aqui continuarei a defender o meu planeta...

segunda-feira, 19 de março de 2007

pensativo


...não consigo, deixar de pensar em algo, que aparece de repente, num instante deixo apagá-lo, pensamentos incoerentes, não retenho o conteúdo, talvez por ficar mudo a examiná-los, apesar de tudo quanto mais penso mais me convenço, caótico irracional é o pensamento quando ainda um embrião, idealizar é um começo para tanto, da teoria à acção anos se passam entretanto, e por tanto pensar nunca houve compensação, alio-me aos que não pensam, como parco ignorante á espera que me convençam, fartei-me de ideologias, poder à base da força vejo eu todos os dias, falta-me autonomia face ao meio onde vivo, este epistema, no seio de tanto lema, sou um aliado ao sistema ou um foragido sem uma meta, no tempo que ainda me resta, penso e surge uma luz que se extingue ao tentar guarda-la, em vão tento exprimi-la, angustia entre as palavras...

sexta-feira, 16 de março de 2007

meditar na babilónia

vagueio na selva urbana como um defunto
isolado, olhando o lazer com barrunto
o meu remanso, incomodado por falsos dons
dos bons momentos paro para reflectir
descontraído, cabisbaixo, soturno por um momento
a tentar compreender o porquê de um pensamento
meditei e esclarecido uma ideia me percorreu
eu afinal, apenas peça de um puzzle
fracção de acaso que um dia nasceu
a felicidade é este céu que pisamos
e celebramos até por quem já morreu

quinta-feira, 15 de março de 2007

frustrações

a raiva surge do vazio
sinto-me frio face á dor
que me apoquenta
sofro por quem me ama
amo o que não demonstro
monstro surjo ao chegar
por me irritar com pessoas
situações conflituosas
frustrações de empatia
coisas que não tolero
por eu não ser quem quero
espero um dia ter paz
a perfeição é utopía

terça-feira, 13 de março de 2007

Choupal


a pureza do ar é divindade que se respira
nesta húmida mata em plena teofania,
espiritos da floresta que se reúnem
em pacífica contenda, sons e cores
que complementam a biodiversidade,
árvores sem idade por aqui passeiam,
aves sós e aos pares que se saceiam
entre as copas frondosas e sua musica
e exóticas plantas que deambulam,
ritmos são observados pelo Mondego,
e o Choupal vê passa-lo sereno,
com o eterno aceno cumprimenta,
alimenta a relação simbiótica
e a simpática mata vai crescendo

segunda-feira, 12 de março de 2007

astropoema


observando estrelas,
constelações lá no alto,
Ursa Menor e Draco,
Vega brilha em Lyra,
Hercules no escuro,
de Ophiuchus o duro
surge Jupiter a um canto,
observo com espanto
a Lua está a nascer,
sinto simples prazer,
Arcturus lá no alto,
salto para Leão
onde o brilho, Saturno
surge qual guardião,
e Capella em Auriga,
mais uma bela estrela,
amanhã volto a vê-la,
não desapareceu,
foi só a outro céu
e de novo em polaris,
dei a volta ao meu

NOTA:as duas primeiras fotos mostram a Lua a nascer a sudeste, um quarto minguante bonito(tiradas com o mm metodo do eclipse); a foto debaixo é o parapeito, a lua só dava pra ver mesmo num canto da janela(tive de arranjar um jeito de a ver com a Luneta);

sexta-feira, 9 de março de 2007

introspectivo

sobre este prosaico meio
nada quero dizer
em vão me guia o que anseio
e na borda do passeio medito
acredito que um dia
alegria me valha
porque a fugaz tristeza
presa ao meu passado
nela reflicto
palavras entram em conflito
libertinas ideias
que afastam a magoa
rimam frases da alma
fases como as da Lua
sob a espontânea calma
ciclo cadencioso

quarta-feira, 7 de março de 2007

novos improvisos?


Sinto ânimo pulsado, ritmado por melodias
combustivel motor que faz vibrar todos os dias
sigo atento ideais, fascinam os meus pensamentos
tento alcançar um som em forma de argumentos
satisfação visivel quando alcanço objectivos
orgulho é celebrado por meio de actos lascivos
logo surge um vazio, anseio outros intentos
um oco emocional completo com novos tentos
momentos chegam, em muitos fracassei
muitos cagaram pra mim, fertilizei
adquiri resistência do desprezo que aguentei
ultrapassei! O rancor elimino
quando renovo memórias absorvo tino
do caminho aprendo com as derrotas
são essas rotas que me levam ao paraíso
um pequeno momento, o improviso

segunda-feira, 5 de março de 2007

os sete e a floresta mágica


... sete indivíduos na floresta mágica, uma vez mais embrenhados no nevoeiro, empenhados em encontrar o tal abrigo, o improviso, melodias encantadas que deambulam como guias, vão murmurando um chamamento universal. Por entre as copas contemplámos os anciões na passagem, chegámos ao âmago da floresta onde aguardava uma mensagem. Num alpendre de árvores mortas, o sitio prende o pensamento, por ali ficámos! Os instrumentos começam a soar acordes, continuámos e os momentos vão aumentando a sinergia, sintonizámos e simplesmente surge a primeira melodia. Ligeira a mente exclama nobremente a sua lição, o ouvido inconsciente escuta, sente uma canção. Entoada, vã, serena, com notas do coração, de sete mentes desenfreadas em mística celebração ...

NOTA: A foto revela os indivíduos pela manhã(zinha) após umas horas de tambores, violas, harmónicas, didgeridoos e cantilenas, em plena Serra do Buçaco(na floresta mágica). Da esquerda para a direita: Tó-zé, Fifas, Tó, Mauro e Zoid [eu estava a captar o momento e a Cristal andava a passear;-]7 da matina, sábado 3 de Março de 2007( o video, peço desculpa mas estávamos no escuro, fica o registo auditivo)

domingo, 4 de março de 2007

Saudade?


Quantos dias são precisos
pra trazer novos sorrisos
a cada outro amanhecer
o resplendor do dia
ilumina as flores mais belas
jardins, ruas, vielas
com uma nova cor
vão disfarçando a dor
que sentimos com a Saudade

Ana said...
Quantos dias são precisos
quantas luas,
quantos pores de sol
serão precisos
para que brotem flores de novo
no meu peito?
Quantos invernos,
quantos verões,
quantas primaveras?
Diz-me quantas estrelas devo contar
até encontrar aquela onde reside o teu sorriso?
Quantos saltos tenho que dar
para voltar a voar?
Quantos dias, quantas horas,
quantos ponteiros sem girar?
Até esse borboletar chegar...?

Eclipse Lunar@like a virgin

A primeiríssima fotografia astronómica(a Lua até tá cortada pela ocular do telescópio), esta foi quando a sombra da Terra começou a tapar a Lua(que estava cheia e o céu limpo);



Esta foi a oitava de uma série de 10 fotos(que não se aproveitam mais do que estas duas), já tinhamos aguentado uma horita(não sei ao certo) de penumbra e nesta, a Lua já está a mostrar a maior parte do seu brilho, lá se vai outro eclipse;

NOTA: esta foi a 1ª tentativa de astrofotografia feita por mim(que não percebo nada do assunto), limitei-me a encostar a lente da minha makinita(3.5 megapixels) à ocular do meu telescópiozito(obrigado amor), um acromato com 60mm de diâmetro e uma razão focal 11.6(uma luneta com tripé); resultaram estas fotozitas(e já não é mauzito pra recordar).três de Março 2007 das 21 e tal até à 1 e tal de dia 4 a observar =D

sexta-feira, 2 de março de 2007

Cozinha hippie@TripArada-Caramulo2006

...Este estaminé é a cozinha comunitária da aldeia magica...

...a zona dos sofás( sem tv que se torna obsoleta neste cenário)...


... o fogão comunitário a produzir papas de aveia...

NOTA: este sitio é mesmo uma cozinha comunitária de uma aldeia. Os residentes fazem as casas com as próprias mãos e são auto-suficientes, utilizam os recursos do pequeno riacho que serpenteia pelo vale abaixo para as culturas e a própria higiene(tipo acampar e isso...). Acampámos lá uma noite e foi fabuloso( e os cristais que encontrámos, magnificos), estas fotos representam o pequeno almoço que tomámos na manhã seguinte antes de partirmos de Arada para o Caramulo

quinta-feira, 1 de março de 2007

Ditado papular 2

Sabe a força depender da coragem adjacente,
quando o simples vislumbre leva a um futuro diferente.
Cabe à Fé ajudar a acreditar na esperança,
almejar qualidade quando surge a mudança.

viver em grupo

Sorvo atento a energia
que flui vaga do meu corpo
como farol cintilante
à espera de atraír um barco
rumo a algum porto seguro.
Mas um muro social
é construido na passagem
sonho, uma miragem,
fases como as da Lua.
Quando penso em fazer algo
não começa, não acaba
continua
e por cada momento
tornei-me atento
concentrado,
naquilo que me distrai.
Provoco a desatenção
que do meu corpo sai,
quando sinto.
A elação que extraio,
qualquer erro em que caio,
é escutar a explicação
que acaba em discussão!
O pensamento é um ensaio
não há voz da criação
apenas esboços que o tempo
transforma em religião.
Degeneração de dogmas
aprisionados em teias
de ideologias patéticas,
estimas dilaceradas
por agressões sociais,
más condutas e modos,
devido à incapacidade
de poder agradar a todos.